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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Resumo 2º parte do livro “Formação Econômica do Brasil” de Celso Furtado


Economia escravista de agricultura tropical séculos XVI e XVII

O problema inicial encontrado pelos senhores de engenho foi a dificuldade de mão de obra, problema esse que foi solucionado com a introdução do trabalhador escravo africano trazido pelos portugueses que vinham praticando o comércio negreiro em suas colônias no litoral africano, vale ressaltar também os grandes custos iniciais de produção. A introdução do escravo africano nos engenhos nordestino não representou nenhuma mudança de caráter econômico.

A primeira atividade econômica estabelecida foi o comércio de subsistência que havia entre o engenho e os indígenas.

A economia açucareira concentrava a geração de capital em torno do senhor do engenho, visto que seus custos (manutenção do engenho, transporte até o porto, e alguns poucos trabalhadores assalariados) eram ínfimos. Durante o século XVI a indústria açucareira era suficientemente rentável para autofinanciar a duplicação da sua capacidade produtiva em 2 anos, no final do século XVI a produção açucareira no Brasil era 20 vezes maior que nas ilhas do atlântico. Devido aos seus custos muito baixos a economia açucareira era muito resistente à modificações de curto prazo nos preços do açúcar justificando em parte a não reação à concorrência nas Antilhas.

A produção de açúcar era tão rentável que a própria produção de alimentos para o abastecimento do engenho era antieconômica, o que propiciou o desenvolvimento da pecuária no interior brasileiro já que o governo português proibira a criação de gado na faixa litorânea. Com o intuito de expandir a economia açucareira a coroa portuguesa tratou de ocupar todo o território que lhe era de direito. Após a união ibérica com o intuito de defender uma importante entrada para as jazidas de ouro e prata espanholas que era localizada na foz do rio amazonas os portugueses lutaram contra invasores holandeses, franceses e britanicos e ali se mantiveram após as guerras. A pecuária também foi um dos fatores mais importantes para a interiorização do Brasil. 

Grande parte da mão de obra utilizada na pecuária eram colonos sem capital, pois tinham a possibilidade de acumular capital trabalhando numa fazenda. Essa atividade econômica veio a atingir seu ápice com o desenvolvimento da atividade mineradora nas Minas Gerais. Mesmo com o apogeu da mineração não houve uma migração total da pecuária mantendo-se o comercio de subsistência no nordeste brasileiro. Com o fim da produção extensiva de açúcar o nordeste se manteve por muito tempo como uma grande região de comercio de subsistência.

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